Contos : 

BARULHO CORRIQUEIRO.

 

Ouviu-se um estampido de espoleta,
Mais nada alem de um barulho corriqueiro,
Como é a vida nas mais diversas facetas,
Ventos assopram em descampados e floretas,
Cantam os pássaros fazendo a moda a sua festa,
Nascem riachos no chorume dos lixões, e vão
Seguindo pro lado que a terra desce, e se ajuntando, com outras hostis nascentes que dão volume mais adiante a um rio, que continua bailando pro seu destino determinado pela inclinação do solo, que via de regra leva suas águas pro mar.
Dar-se por falta de um moço ainda jovem, que antes de ontem saíra para um piquenique, com seus amigos de relações permanentes, sem previsão para o retorno ao seu lar, bastou então o telefone tocar, e uma voz aveludada do outro lado, com estranheza perguntou com quem eu falo?, disse o mordomo identifique-se por favor, o tom de voz emudeceu por um bom tempo, quando voltou foi questionando atrapalhada, onde estaria seu querido namorado.
Disse o mordomo ele saiu com alguns amigos,
Já faz três dias e ainda não voltou, estupefada ela
Disse ó meu senhor, eu sou da turma que esteve com ele até ontem, e ao meio dia ele sozinho se retirou, alegando compromissos inadiáveis, é fato estranho que por aí ainda não chegou!.
Lembra o mordomo duma noticia na TV que dava conta de um balaço destes fatais, na guerra insana entre uma tropa de elite, na formação de aspirantes policiais, fora um engano no suprimento de festim, onde um cartucho era potente e letal, e justamente este acertou o dito moço, que faleceu inda a caminho do hospital.
Esta família enlutada e impotente, sepulta um membro em sua fase inicial, e ficam céticos entre o conceito do bem, e do mal.
As corredeiras vão ganhando mais volumes, e recebendo poluição de todo tipo, a maldição desfaz a vida a principio, morrem os homens e agonizam muitos rios, mas é preciso acreditar na força maior, as águas sujas são lavadas no oceano, e espírito humano faz seu progresso como pode, mata-se o corpo mais a entidade sempre eclode.


Miguel Jacó
Enviado por Miguel Jacó em 07/05/2013
Código do texto: T4277867
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Miguel Jacó

 
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Migueljaco
 
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Enviado por Tópico
carolcarolina
Publicado: 07/05/2013 18:48  Atualizado: 07/05/2013 18:50
Colaborador
Usuário desde: 24/01/2010
Localidade: RS/Brasil
Mensagens: 9299
 Re: BARULHO CORRIQUEIRO.
Amigo Poeta
Miguel

Esse seu conto tem um fundo de verdade...eu creio que vi nos telejornais uma notícia parecida sobre um acidente entre soldados...e as corredeiras.. rios...recebem mesmo todo o tipo de poluentes e estão agonizando...poucos ainda estão preservados...um belo e reflexivo conto.
Bjus
Carol

Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 07/05/2013 19:06  Atualizado: 07/05/2013 19:06
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: BARULHO CORRIQUEIRO.
Amigo Poeta
Belo conto embora o conteúdo seja triste!
Parabéns! Beijos!
Janna

Enviado por Tópico
belarose
Publicado: 07/05/2013 21:00  Atualizado: 07/05/2013 21:00
Membro de honra
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 Re: BARULHO CORRIQUEIRO.
mas é preciso acreditar na força maior,no meio de toda correria e turbulência que a vida nos mostra dia a dia é na força de Deus que temos que nos apegar.

Muito belo seu texto amigo nos leva refletir,parabéns!

beijos

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/05/2013 21:28  Atualizado: 09/05/2013 23:02
 Re: BARULHO CORRIQUEIRO.
A violência já não respeita nem mesmo quem a inventou. Um mundo onde o cetismo é real de não haver mudanças

Enviado por Tópico
GELComposicoes
Publicado: 08/05/2013 01:07  Atualizado: 08/05/2013 01:07
Membro de honra
Usuário desde: 04/02/2013
Localidade: Uberlândia - MG - Brasil
Mensagens: 2314
 Re: BARULHO CORRIQUEIRO.
Triste! Pena pensar que coisas deste tipo acontecem o tempo todo.
Gostei muito.
Abração.

Enviado por Tópico
acalenta
Publicado: 08/05/2013 12:54  Atualizado: 08/05/2013 12:54
Colaborador
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 Re: BARULHO CORRIQUEIRO.
Olá Miguel!!!!

Nos dias de hoje sabemos quando sair,mas não sabemos se voltaremos,o cotidiano de grandes e agora pequenas cidades.
Parabéns pelo belo conto que é da vida real.

abraço

acalenta