Que vida doce
Favo de mel
No céu da boca
Fecunda terra
Gera seu filho
Em cima da cama
Ancora na alma
Dois barcos
Cavalos bravos
De andadura mole
Mar tempestuoso
Dos templos livres
Menino levado
Tecido leve
Calmamente
Vai se definindo
Na caligrafia do tempo
Dando sentido da ida
Desliza em si a sigla amor
Gaivota ruflando asas
Arrebenta o cio das águas
E o mar dorme na calma dos amantes
Pra no silêncio da noite fecundar seu filho
Enquanto a mais bela gestante exala a vida
José Veríssimo