Poemas : 

Diálogo catingueiro - Lizaldo Vieira

 
Diálogos – catingueiro – Lizlado Vieira
Mais gente
Credo em cruz
Como esse peste
Veio se esbarrar por aqui
Coisa rui
Carcará frita e como
Sua lombriga saindo da merda
Aqui não é a roça
Não é aquela maresia lá das suas regiões
Veio se bate aqui por que
Num mundo que não lugar pra peça ruim
Fio do canso
Vai ver o que é bom pra tosse
Onde filho chora
E mãe não vê
Não vai mais querer fugir
Nojento
Vou trancafia-lo na arapuca
Pertinho da toca do cascavel
Ver o sol nascer quadrado
Tem jeito não
Lá no brejo você se atola
Vai caminhar uma quatros léguas tiranas
Agora tá na mão segura
Pode resmungar que nem guaiamum na lata
Quis se meter a besta
Bulir nas coisas dos outros
Tome cipó nas canelas
Nas ancas
Bicho ruim desgraçado
Fio da ronca e fuça
Fica aí
Até arrancar a casa de marimbondo tira chapéu
Com as unhas..
Já pensou nas ferroadas
Catinga de porco
Vai dormir pelado
Pra que dormir
Coisa bruta não dorme
Fica caolho
Até cochilar
Como veio ao mundo
No relento
Vai ver o que é bom pra tosse
Ser chupado a noite toda
Na maresia
Por maruim e muriçoca de brejo
Nesse tempo de sol a pino
Tu não sabes em que inferno se meteu
Asar o teu
Tô nem ai pra esse pereba
Pede chiar jia na boca da cobra
Cabra ruim
Merece mesmo
Chibata de couro cru no lombo
Moleque azedo
Com trabuco não mão
É o cão
Puta mundo injusto
Com tanta coisa boa pra acontecer
Deixou escapulir esse traste
Mal costumado a bulir com o que é alheio
Já fez desgraça em tudo que cantos
Vive sempre mentindo
Dizendo que não tem nada a ver
Que é um coitado
Levou até a batina do padre
Cabra safado desse
Querendo Se passando por beato
Só vai mesmo
É tomando lapada nas gaia
Quero ver se é esse homem todo
Quando ver que a casa caiu
Não olhe pra mim
Com essa cara de pidão
Aqui não pipoca pra banguelo
Nem pente pra careca
Não tem perdão para cabra safado
Mão de visgo
Acostumado a viver da lambança
Não quer trabalhar
Sujeito imprestável
Isso não foi parido
Projeto do demo
Nenhuma mãe
Ia querer botar uma bagaceira dessas no mundo
Moleque
Vagabundo
Sei lá se vai sobrevir nessa brisa de sol
Deise jeito
Só vai comer a sobre do carcará
Se sobrar
Comer carne
Só quando morder a língua
Para que é fraco
Cadê aquele valentão
Tá todo se tremendo
Como vara verde na queimada
Tem problema não
Quando amanhecer
Tem dia de desolação
Dilatando aos raios do horizonte
Com quantos paus
Faz-se uma cangalha
Quando ficar mirrado
Nu e cru
No buraco de tatu
Com os pés cheios de freira
Sem se coçar
Ao raiar do meio dia
Vai
Berra
Esperneia
Seu querer
Quero é ver quem vai atender
Se tu não aprender e ser gente
De novo
Depois dessa invernada




Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...

 
Autor
Lizaaldo
 
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