Prosas Poéticas : 

CÓLERA DOURADA

 
Isadora, é como se as seringas do inferno
despejassema lava do apocalipse dentro de mim.Tudo tão funéreo que as putréfalas costas deste país arriado ardem da mediocridade consumista.A aparência do morto é desespero sadio e controlado.Meu nome é anjo desembestado de cólera.E tudo é dúvida.E a noite caiu com suas taxas e impostos e máfias travestidos de boites -me ligue, vou roer o osso da decepção.A aurora é uma massa desintegrando entre vapores e arroubos literários e a droga é passada entre esmolas enquanto eu te visitava p’ra não te encontrar e os velhos cães sarnentos e aleijados demonstravam afeto se esfregandoem mim para meu nojo de Lord Etiqueta rolar pelos pontapés e eu não sabia que os meus ídolos são vampiros de finanças e de glórias.Cá estou malandreado não há nenhum chão nenhum céu nenhuma distância o sol mudou o curso largando o amanhã foi um louco que arrancou o leme celeste Cabo Kennedy jazz coberto por uma nuvem de urubuse as flores aplaudem com as pétalas toda exportaçãodo que nós somos.Ouça o tempo cronometrado pelos galos e a certeza de que a cada manhã a minha quota de esperma vira sal no quadrante solar. Eu! Eu! Eu! sou o homem engasgando a pedra cujo açúcar é tenébrio e a beleza para mim é a tortura dos vermes que roem o sexo inútil.As notícias são a prova de que a desgraça não é exclusiva e que os vampiros decréptos saem pegajosos dos hotéisgonobípedes e grudam na tua carne feito pulgas doentes.Só te/me restará a fuga como as formigas abandonam a madeira invadida pelo fogo e os amores neuróticos e não comunicados embebedarão como o bacanal dos venenos que lava tua cabeça como uma cidade de pecados esmagada pela justiça cruel dos homens.
Sou poeta das ruas e o meu canto é feito de espanto e horror eu martelava no piano o som que era a essência das rosas e um clima de jardim erótico e planície sobre o sol se fez sentir.Não...! me lambuzem de morte pelas taças derramadas da cólera dourada de Jeová, as entidades as entidades te conduzem pela escada forrada de carniça e um fedor que o vento esbarrando liberta embriaga o ambiente fazendo a flor das caveiras.


[size=medium]Eriko y Alvym[/size]

 
Autor
ERIKO ALVYM
 
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