Poemas : 

Nas ipueiras do ptempo - Lizaldo Vieira

 
Nas ipueiras do tempo – Lizaldo Vieira
Quando vi a tempestade de tanajura
Invadindo a serra
E menino chamando
Para a panela gordura
Sai de baixo
O bicho vem bravo
Furioso
Danado
Valente
Veloz
Rasgando tudo
Com barulho
E efeitos de luz
Lavando tudo pela frente
Corrupio de poeira
Pau e pedras
Saem do caminho
Enfrentando extravagâncias extemporâneas
Próprias do tempo
Correntezas fortes
Águas benditas
Escurecem o claro
E implacável dia do nordeste
SOL ESMIRRADO
Apático
Calado
Tempo vadio
Valente feito o tenebroso
Clima em êxtase
Tudo serve para embrulhar
Qualquer forma de proteção
Nenhum barca se encontra
A deriva
Nenhumas salvas vidas
La se vai ciliares
Peixes arrastados da toca
Embarca na enxurrada
Crustáceos desatentos
Desagarra do rochedo
Tudo estava tão previsível
Céu encoberto
Tempo enfarruscado
Nuvens carregadas
Gado riscando o chão
E nada de Zezinho
Buscar providencia
Bem feito
Por tantas imprevidências
Castigo implacável
Sacudindo raia miúda e grande
Levando tudo
Ladeira a baixo
Cavalo perdeu o rebolado
Manga desabou
O cajueiro nem florou
Também
Quem manda pensar
Que era invulnerável
Agora vive a invocar por socorro
Agora
Depois do incesto
Vai curti sua ipueira
Nos charcos estagnados
Por entulhos
Dos arrastos das trovoadas
Bem vindas
Nas turbulentas tormentas
De março


Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...

 
Autor
Lizaaldo
 
Texto
Data
Leituras
593
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.