Velha escrivaninha, minha companheira
Sobre ti ainda a Olivetti agora decrépita,
Mas houve um tempo que foi sorrateira,
Deixava o caractere partir à vida eclética
Meus dedos sentenciavam seus destinos
Cada tecla golpeada, liberava em nuance
As divagações rimadas, versos desatinos
Sem preconceito, formatando o  romance
No escaninho, resma de folhas à espreita
Aguardando vez, para eternizar os líricos
Poéticos,  escritos em harmonia  perfeita
Fraseava os meus pensamentos oníricos 
Quantas noites debruçado em seu tampo
Buscava no vazio, a maneira de explanar
O que transitava em oculto no hipocampo
Expondo o meu coloquio triste a sopesar
Hoje reconheço que com muita paciência
A cada dia esperou da minha  imaginação
O florescimento literário, toda sua ciência
Quiça absorvi um  mol dentro do  coração!
                
Geremias
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