Poemas : 

Trompete negro

 
Agora que o sol se pôs
Resta noite e escuridão
Obtusa na dor que resvala
Em areia do meu coração.

Petrificado vazio que estala
A carne seca e exposta
Às investidas de irada voz
Uma fúria árida sem resposta.

Corpo uno e só, medo atroz
Ratos espreitam no algeroz
Falta o cheiro de companhia
Sobra silêncio, monstro feroz.

Ágil, a ansiosa lâmina fria
Cúmplice espada bem afiada
Cravada a jeito no peito quente
Abate a alma que jaz sentada.

Demora-se na lápide dormente
Toca amor o trompete negro
Pousado um corvo chora a dor
Que não pode chorar o sonhador.


Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.

 
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silva.d.c
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