Poemas : 

papel mache

 
no prédio a noite apaga seus olhos
último lume no fundo do violão

a intimidade não vem dos acordes mudos
que se insinua por entre os verbos
(como dedos da mesma mão)
surge da música que soluça
por todos os lados do lado de fora

há um abismo em toda torneira
que chora-me em água e sal
há um abismo em toda tristeza
que não é minha
dei a quem passava no calendário.




Vânia Lopez


Devo confessar que sou o contrário, meus passos seguem em contrário.
Sou uma pessoa inquieta, vou onde meu vento me leva. Artista Plástica e escritora, as vezes sem saber se pintoraqueescreve ou escritoraquepinta...
Procuro por algo, mas a intenção n...

 
Autor
Vania Lopez
 
Texto
Data
Leituras
1302
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
33 pontos
15
5
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Carlos D
Publicado: 20/10/2014 09:02  Atualizado: 20/10/2014 09:02
Da casa!
Usuário desde: 05/07/2007
Localidade:
Mensagens: 215
 Re: papel mache
Moldar a noite com os acordes
Na intimidade de um violão
De quem passa, no abismo
De quatro paredes de betão

Sempre que escreves o poema fala.
Beijo e um sorriso


Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 20/10/2014 11:08  Atualizado: 20/10/2014 11:08
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: papel mache
Bom dia Vania, quando a realidade nos tortura, a saída mais plausível, e nos desenharmos na subjetividade do nosso existir, onde as asperezas parecem já terem sido lapidadas, aquele abraço, MJ.


Enviado por Tópico
Amora
Publicado: 20/10/2014 21:02  Atualizado: 20/10/2014 21:02
Colaborador
Usuário desde: 08/02/2008
Localidade: Brasil
Mensagens: 4705
 Re: papel mache
O silêncio da palavra música, sempre dói.

Saudades de vc.

Beijo.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/10/2014 00:34  Atualizado: 21/10/2014 00:34
 Re: papel mache
*eram musgos nas corredeiras
as rachaduras da alma traçavam tijolos
os olhares eram barro
e no peito a solidão o sufoco...

beijoka* minha Maga


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/10/2014 16:46  Atualizado: 21/10/2014 16:46
 Re: papel mache
Olá Poetisa Vânia Lopez

"ultimo lume no fundo do violão"
Lá nascem as oitavas, os bemóis
Vibram as cordas em ressonância
Nelas encontramos a harmonia da vida.
Obrigado pela partilha
Abraços com carinho,


Enviado por Tópico
Manufernandes
Publicado: 25/10/2014 18:54  Atualizado: 25/10/2014 18:54
Colaborador
Usuário desde: 09/12/2013
Localidade: Lisboa
Mensagens: 3827
 Re: papel mache
adorável poema
mas destaco o que mais me "tocou" em profundidade
"há um abismo em toda tristeza
que não é minha
dei a quem passava no calendário."
quisera fazê-lo também!
Beijos


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/11/2014 12:36  Atualizado: 02/11/2014 12:36
 Re: papel mache
Luzes que se apagam ao som de um emaro silêncio aquele musica nos tocam. A tristeza vem de encontro com nosso olhos, onde o nosso olhar se revelam, nos atiçando nos calendários do desejo que nos insinua os instante mudos que profundamente se tocamos.


Enviado por Tópico
RaipoetaLonato2010
Publicado: 05/04/2015 00:27  Atualizado: 05/04/2015 00:27
Colaborador
Usuário desde: 13/03/2010
Localidade: Paulínia-SP
Mensagens: 2788
 Re: papel mache
Os bons poetas reservam surpresas no final de cada poema.

'há um abismo em toda torneira
que chora-me em água e sal
há um abismo em toda tristeza
que não é minha
dei a quem passava no calendário'.