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ARANHA-DA-SEDA: GOVERNADORA-GERAL DA SEGUNDA ESTRELA VERMELHA SETENTRIONAL

 
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ARANHA-DA-SEDA: GOVERNADORA-GERAL DA SEGUNDA ESTRELA VERMELHA SETENTRIONAL


A flor do E=mc2
Não somente afogou em mar de breu fúnebre
Várias miríades de aranha-da-seda.


Não, não apenas soçobrou seus fios resistentes, insuplantáveis,
Que as protegiam em seu novelo-fortaleza de humildade,
Intemperança, honradez, soberba.


Não, não tão-só as reduziu á bruma plangente e pusilânime
Das tirânicas, nobres, animosas guerreiras que eram então.


Não, não só deixou em seu lugar
Gerações e mais gerações fadadas á comunhão
Com a periódica dama da perpétua escuridão.


Não, o que ela fez transcende a esta sicária destruição.
Transcende bastante ao horizonte do barátrico alabastro
Não, vai muito além da robótica, da vanguardista indústria
Automotiva, da nanotecnologia, da edificação de arranha-céus
Que asfixiam a sua sábia cultural arquitetura de séculos e mais
Séculos de colheita do mel.
Doravante darei um ninja nesta prosa toda embuchada de rodeios
Pra falar bem claramente o que vai no pensamento.








Hoje em dia, a aranha-da-seda não fabrica só seda;
Ela é um samurai sem honra: que não honra a si mesma,
Nem aos seus. Ela, hoje armada de espada na mais avançada
Tecnologia forjada, serve á honra, em mácula banhada, do seu Algoz e reconstrutor. Então, no presente, ela se prepara para Assim,
Num futuro iminente, ser a carcereira de uma estrela
Longinquamente vermelha, quase sem cor.
Eh, Aranha-da-Seda, perdeu sua soberba, sua dignidade,
Perdeu seu valor!
A flor do E=mc2 muito mais que a vida lhe tomou.



Não, não, é logro meu. Seu povo, há muitos e muitos séculos,
Vive enleado a novelos e mais novelos de flagelo.
Primeiro, curdos: sem-terra. A viver a mercê dos príncipes, Espadas-chins e monarcas de abissais glebas.
Depois, buriladas criaturas sem cinza: presas de uma energia
Mortífra.
Agora, energia progenitora da vida vegetativa: prisioneiros de sortilégios do cosmo cibernético e do universo da móvel telefonia.
Ah, Flor do E=mc2, pelo menos você é arquiteta do novo claustro Da álacre gente submissa, vivente no orientalmente paradisíaco Arquipélago das cinco ilhas.

JESSÉ BARBOS DE OLIVEIRA






 
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jessé barbosa de oli
 
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