Ao olhar-te assim
tão perto
viajo na tua pele
gemendo e buscando fontes
em fúria brava
e sede potencial.
Antes de chegar
a mim
cavalgo selvas
agarrada ao teu dorso
de fogo e ventos
em vertigem axial.
Depois
há um oásis ao largo
de um deserto:
rota doce
que humedeço ao meu passar.
E o chegar é ritmo certo
de apaziguado corcel:
aos teus olhos de água fresca,
à tua boca de mel...
E ao olhar-te assim por dentro
vejo montes, vejo vales
encantados de tesouros
tentando-me a cupidez
-
Subo e desço
a tua pele
e aconteço.
outra vez.
Teresa Teixeira