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UM POUCO DE MIM

 
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Ontem contei-vos um pouco da minha juventude.
Hoje vou-vos contar o que ela foi desde a minha nascença.
Meus avós paternos; Meu avô era de Campo Benfeito
(Castro D\'Aire) minha avó de Lamego. Familia abastada com brazão, (brazão dos cepas) fortemete crente. O meu avô estudou para padre, Esva pronto a dar missa e o meu bisavô morreu, o meu avô aproveitou para abandonar o seminário e passou a ser um homem comum, com o senão, que como se diz putas e musica e a maior parte da fortuna bateu asas. Conheceu a minha avó com quem casou e o que ficou em terras ela não autorisou que se vendesse.
O meu avô começou a trabalhar Na antiga Portugal e Colónias como chefe dos moinhos. O meu pai, mais tarde foi chefe dos escritorios, tabém lá até à sua morte, tendo sido substituido pelo Antonio Pinhão, pai daquele que foi jornalista desportivo, Carlos Pinhão.
A minha mãe, filha de comerciantes abastados, os seus loisire eram Concertos em São Carlos Opera, teatro.
A fortuna também desapareceu. Um dia um fiscal passou na loja o meu avô agredio, teve que fugir e o comercio acabou ali, acabando ele mesmo por morrer na miséria, na Mitra no Beato.
Os meus pais conheceram-se casaram-se e do casamnto nasceram três filhos; uma menina que morreu com três meses, um menino que morreu com seis mêses, e eu fui o terceiro e quando eu tinha quatro mêses morreu o meu pai.
Minha mãe habituada a viver sem dificuldades, passou a tê-las. Vendia as flores do nosso jardim os ovos das galinhas um pouco de costura para as visinhas e te tempos a tempos a coser sacos de sarapilheira numa fábrica da vila.
Esteve viuva durante cinco amos, ao fim dos quais encontrou um homem, Ele vinha veder fruta a Lisboa, era de Arruda Dos Vinhos.
Possuia umas vinhas nessa zona, mas inculto, não sabia ler nem escrever, mas bom coração, honesto e trabalhador.
Casaram-se e como é óbvio os filhos começaram; o primeiro foi o Vasquinho, o segundo, o Fernando morreu com seis mêses, e o terceiro também Fernado, morreu com cinco mêses, ficou o Vasquinho,o maior amor da minha vida.

Um dia queixou-se com dores na nuca, durante a noite piorou, minha mãe e o meu padrasto levaram-no ao Dr: Patacho, Marido da então lucutora da Emissora e Nacional e irmã do Capitão Galvão que desviou o Santa Maria, e que foi despedida por não querer ler uma noticia condenando o irmão.
O Dr. Patacho decidiu que era nervoso!... e la´fomos às três da manhã acordar o farmaceutico para comprar um xarope de flor d laranja.

O Vasquinho piorou e pela manhã, a minha mãe levou-o a médico da Soda Povoa na Povoa de Santa Iria, que desde que a minha Abriu a porta do gabinete mandou-a para o hospital... era um tetano!
Hospital do Rêgo em Lisboa e no dia seguinta um telegrama a anunciar a morte do Meu Vasquinho, unico irmão, tinha eu então dez anos.

Estou convencido, que a minha vida, a minha maneira de ser , mudou radicalmente. Revoltado por tudo e por nada. Amo os meus filhos, mas reconheço que não sou demonstrativo não sou também aquele pai galinha. Não sei, algo me marcou!
A guerra também marcou a juventude desse tempo, com todas as privações inerentes.

Fiz a minha escola primária, a professora dizia à minha mãe que eu devia entrar no Consevatorio, visto que eu declamava muito bem, (não sou eu que o digo) mas não, era prciso ganhar dinheiro , fui para as obras crregar sobrea ss costas os sacos de cimento , os tijolos a massa, pois, mas ganhava 35 escudos como os homens!...
Um irmão da minha mãe foi para os Estados Unidos clandetinamente, para Boston, na Marinha Mercante. fez a Coreia e um pouco do Japão, devido a doença contraída na Coreia voltou de urgencia ao Estados Unidos e foi condecorado pelo presidente Truman.

Quiz-me pagar os estudos, eu queria ser engenheiro electroinico, o meu padrasto não autorisou, argumentando que ele não sabia ler e ganhava o seu pão. Acabei soldador na Soda Povoa , onde aprendi o oficio e mais tarde , devido à eleiçoões para a presidencia da républica dso Norton de Matos, Como Salazar constatou que o povo não estava com ele, fez despedir muita gente e eu tinha 18 anos, logo dificuladades a encontar emprego o que consegui na então Gaz Cidla, vindo a ser técnico de gaz.

E voilá, sabem tudo ou quáse de mim.
Se alguém achar que eu abusei da vossa paciêcia, ou que este artigo não tem aqui lugar,digam-me e eu retiro-me imediatamente.

Um abraço a todos e a todas.
A. da fonseca






















SOU COMO SOU E NÃO COMO OS OUTROS QUEIRAM QUE EU SEJA

Sociedade Portuguesa de Autores a Lisboa
AUTOR Nº 16430
http://sacavempoesia.blogspot.com em português
http://monplaisiramoi.eklablog.com. contos para as crianças de 3 à 103 ans
http://a...

 
Autor
Alberto da fonseca
 
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1950
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Enviado por Tópico
Carlos Ricardo
Publicado: 07/02/2008 11:34  Atualizado: 07/02/2008 11:34
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Mensagens: 1801
 Re: UM POUCO DE MIM
Um passado marcado por dificuldades e agruras de uma vida da qual nos dá conta com grande sentido da objectividade, deixando para o leitor as perspectivas de sentimentos de comoção e de interpretação.
Como escriba que é e gosta de ser, Fonseca, nunca se retire ou abdique das suas convicções, objectivos, só porque alguém lhe manifesta vontade de que o faça.
Ainda espero vê-lo reconhecido entre os autores consagrados. Acredite.
Abraço.