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Rosas Vermelhas

 
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Rosas Vermelhas

É madrugada na praia
silenciada no marulhar
sonolento das ondas
que me acariciam, frias,
os pés nus, quedados.

Perscruto o horizonte,
moribundo da noite,
cintilado de prata
e ténues fios de oiro
que despontam.

E meus olhos choram
saudosas lágrimas
de sal e desespero
que se misturam,
inférteis no mar.

Minha alma infiel
esvoaça perdida
na neblina matinal
absorta das dores
cruéis do infinito.

Mas eis que, vagarosas,
rumam até mim rosas
vermelhas de carmesim
esmorecendo fadigas
e flutuando desejos.

Cuidadosamente,
colho cada uma
e as beijo com ternura
ávida dos lábios doces
duma amante ausente.

E as rosas se desfolham
em pétalas, morrendo...
Mas em cada pétala
vem um beijo de amor
que meus lábios saciam.

Cada pétala exala essências,
recordações e desejos,
noites de paixão gritante
e dias de enamoramento,
em sussurros de amor

No tempo me perco, confiante,
me sento na insónia arenosa...
Um dia, mais rosas não virão,
mas serei tocado da ternura
de tua mão em minha face...


Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 31/07/2015.
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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