ESTE TEMPO ME TOMA
ESTE TEMPO ME TOMA
Transfigurou-me o tempo, me abandono.
Fiquei do outro lado das despedidas
Com tanto silêncio, já me chega o sono
Trago gestos e palavras repetidas.
Goteja o orvalho é já madrugada
E eu indiferente à minha vontade
Trago da vida, a esperança estilhaçada
Sou no tempo a comoção da saudade.
Trago a fronte a latejar
Palavras me saem imprecisas
Este tempo me toma, e eu a deixar
Minhas raivas, em lentidão, indecisas.
Se ando fora do tempo é ousadia
Suspiro p'lo sol que me foge!
Vivo de sonhos e utopia
E peço ao dia que não me deixe por hoje.
Largo meu coração aos ventos
Palavras se estatelam no chão
Borbulham na minha cabeça pensamentos
E insistem as batidas do coração.
E assim, estala de novo em mim a vida
Um tesouro em silêncio abandonado
Como se voltasse ao ponto de partida
Ao final deste caminho traçado.
rosafogo
"Protagonista" - Soneto
"Protagonista" - Soneto
Parece ouvir a voz do meu corpo que chama
Entra no meu cenário, protagoniza a história
Acorda meus desejos, revive cada molécula
Depois se vai, deixando rastros de memória
Nesses lençóis que guardam nossos segredos
Nessa taça de vinho marcada pelo meu batom
No eco das suas palavras de amor sussurradas
No meu corpo, agora dolente, meio fora de tom
Só quero esse amor intenso, profundo, passional
Que não determina prazos, datas, terno, atemporal
É vento que me arrasta ao apogeu num instante
Quero esse amor que ignora minhas imperfeições
Que me ama de um jeito, que não tem definições
E das suas madrugadas, me faz desejada amante.
Glória Salles
Aurora
O silencio engole minutos e, logo mais, também as horas!
Rápido, com desespero, consome o tempo porque sabe que os sons já estão vindo e a vida, de alguma forma, é feroz.
Se estica e se dobra pra ter, por alguns instantes, mais de uma cor até vestir
o céu inteiro pra, finalmente, ser vítima, primeiramente, dos pássaros.
Distante de teu abrigo seguro
... Lembro-me que te aproximaste, andar tão elegante,
ligeiramente inclinado, a mão em silêncio te oferecia...”
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- Distante de teu abrigo seguro-
Tentei iluminar o semblante grave, algo taciturno,
pois em breve seria a madrugada de mais um dia;
lento se acomodava nas folhas o orvalho noturno
Lembro-me que te aproximaste, andar tão elegante,
ligeiramente inclinado, a mão em silêncio te oferecia,
mal pude a pulsação acalmar, de comoção ofegante.
Então, deixaste o teu abrigo seguro à luz da lua...
No jardim surgiste linda... completamente nua.
11052016
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©LuizMorais. Todos os direitos reservados ao autor. É vedada a copia, exibição, distribuição, criação de textos derivados contendo a ideia, bem como fazer uso comercial ou não desta obra, de partes dela ou da ideia contida, sem a devida permissão do autor.
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Madrugada de vampiro
Ele se esconde atrás da capa
O frio vento queima-lhe a tez
Até quando essa amarga solidão
Ficará e não irá embora de vez?
A noite é sua companheira
Não tem ele a mais ninguém
E nem faz questão de ter
Faria diferença ter alguém?
Se ele próprio se repudia
Como há de aceitar presenças?
Sua alma é escura, fria
Congelada por indiferença
E olhando o vazio ao redor
Fecha os olhos e lamenta
Se ainda tivesse coração
Talvez a existência não lhe fosse violenta!
Não tendo mais escolhas
É dito, é sua sina
Sai a buscar por sangue
Do corpo quente que lhe fascina!
Sai a espalhar o medo
A escutar o último suspiro
Sai pela madrugada
A se valer como vampiro
para dizer que amo você nº 04
"... penso ouvir passos na noite escura,
sonho com você e a madrugada surge exultante...”
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para dizer que amo você nº 04
penso ouvir passos
na noite escura
sonho com você
e a madrugada
surge exultante
penso ouvir vozes
na noite escura
falo com você
e a madrugada
sorri jubilosa
penso ver o sol
anunciar o novo dia
e a madrugada
ser retira entristecida
ao longo do dia
não penso mais,
logo será noite,
verei você
e todo meu amor
então entregarei
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©LuizMorais. Todos os direitos reservados ao autor. É vedada a copia, exibição, distribuição, criação de textos derivados contendo a ideia, bem como fazer uso comercial ou não desta obra, de partes dela ou da ideia contida, sem a devida permissão do autor.
CHAMA DO DEVER
E quanto mais o tempo passa e esta noite eu agarro qual amante ao longo da madrugada;
Sinto a chama do dever,sinto a missão que tenho comigo mesmo;
Talvez a minha vida agora começada;
Seja o pó que se levanta da terra,ou ave de rapina em voo ascendente,
Essa espuma da água nas ondas da noite,
Luz da poeira que se levanta do deserto mais inóspito.
Inquietação permanente de fazer alguma coisa agora e para todo o sempre,
Será que é só por acaso?
SEMEANO OLIVEIRA
Quadrinhas de São João
Quadrinhas de São João
Põe gengibre no quentão
Pra acender uma fogueira
Dentro do meu coração
E dançar a noite inteira
Põe gengibre no quentão
Que essa noite a rapaziada
Vai dançar de pé no chão
Até chegar à madrugada
Põe gengibre no quentão
Pendura muitas bandeiras
Que hoje é dia de S. João
Vamos pular a fogueira
Põe gengibre no quentão
E busca-pé vamos soltar
Também vai subir balão
Pra criançada se alegrar
jmd/Maringá,13.04.19
Orvalhada
É fria a madrugada
O silêncio impera
Sendo absoluto
A natureza se curva
Frente a orvalhada.
A minha casa permanece
Gélida frente a orvalhada
Há calor humano
Temperatura úmida
Na fria madrugada.
Anseio da natureza
O nascimento do dia
Do sol aquecer a fria,
Madrugada, frente à orvalhada.
Nereida
terrível esquecimento
.
"...É madrugada agora,
depois desta noite de insônia..."
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- Terrível esquecimento -
Sol posto morre
no horizonte escuro.
Sombras agigantam-se,
a noite passou.
É madrugada agora,
depois desta noite de insônia!
Murmurei seu nome.
chamei por você
desejando seu calor.
seu corpo junto ao meu.
Ledo engano,
terrível esquecimento.
Tanto chamei seu nome
querendo seu corpo
esquecendo porém
que se foi, partiu:
- não existe mais aquele amor.