Uma rosa
UMA ROSA
É uma rosa despida
Uma rosa só ilusão
É uma rosa caída
No mundo da solidão.
É uma rosa desfolhada
Pétalas a cobrir o chão
Tráz a fronte inclinada
No olhar lágrimas de emoção.
É uma rosa caprichosa
Saudade de quando era botão
Que fez a Vida à rosa?!
Que a deixou sem sedução!?
Rala no peito a saudade
De quando era botão.
Mas flor é sempre lembrada,
Mesmo murcha é flor!
Ainda que desbotada
O cravo lhe tem amor.
Tudo o tempo lhe foi levando
À rosa de fogo feita!
E a Vida a vai embriagando
Às vezes a deixa desfeita.
A deixa triste chorosa
Mas ela canta e implora
Já é da vida saudosa
A vida que a rosa adora.
Assim fala de amores
Quase, quase, quase a medo!
A rosa que é das flores
Que tráz em si o segredo,
Do seu perfume é vaidosa
Ao ver-se ao espelho se espanta
Fica muda e melindrada
Perdeu a beleza tanta
Deixou-a a Vida sem nada.
Partirá triste e chorosa
A flor que um dia foi rosa.
rosafogo
Quimeras Coloridas
Quimeras Coloridas
by Betha Mendonça
paro ante esses olhos,
que me veem e seguem,
pontos de interrogações,
e exclamações de pé.
esses que me sabem,
e moldam de versos,
com letras de seduzir,
induzir e colorir.
respostas com tintas,
de me fazerem ser,
tempos diferentes,
nos relógios de areias,
que deslizam por mim.
e essas quimeras multicores,
de que tenho as mãos cheias,
lanço nesses teus olhos,
que me veem e seguem,
de má, só para te confundir.
*Imagem tumblr
Louca
Louca
by Betha M. Costa
Louca sempre muito louca
Logo que te vi ensandeci
Em teus braços me perdi
Por teus olhos eu vivi
E nada foi como antes
Embalei-me nas varandas
Das redes de toda paixão
Flutuei nas asas da ilusão
Louca para sempre louca
Das areias da praia sai
Esculturas de eu sal ergui
Porque sempre fui louca
E nada será como antes...
Imagem do Google
Poema da Mentirosa Inocente
Poema da Mentirosa Inocente
by Betha Mendonça
Gosto de crer e viver entre as mentiras,
Que crio, alimento e nas que me dizem,
Depois, cuspida de escárnios, culpas e iras,
Acusam-me mentirosa e me maldizem.
Sou mulher inocente por tantos pecados!
Inimputável, assumida e reconhecida louca,
Vivo a vida inteira de pequenos bocados,
A lograr, iludir-me e ser traída pela boca...
Não feneço com desprezo e desmantelo,
De lanças e flechas de destruir-me a doçura,
Hoje de certo ninguém é capaz de fazê-lo,
A esse coração de criança insensata e pura.
*Imagem- @betha
CORAÇÃO PARTIDO
“É triste quando se perde o chão e se
percebe um coração partido pela ilusão”
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Onde me espelho
Espelho-me no ondular das giestas
que tímidas acenam ao vento
(invasor da sua intimidade)
Acaricia-as e desgrenha-lhes
a face dourada pelo deus Sol,
dogma maior da minha crença
Nas dunas da minha alma
recrio-me no areal das ilusões
e entrego-me virgem à energia
que me possui e intimida
Terra ardente e imaculada,
luz de fortes vibrações
Sou mãe terra, grão fecundo
Semente de esperança
Morada de amor e fé
Solo fértil, adubado
Altar de luz, chão sagrado.
Maria Fernanda Reis Esteves
49 anos
Natural: Setúbal
Onda da paixão
Toda a maré que se preze
Trás a onda da paixão
Junto à praia ela fenece
Em doce rebentação
Há na arte de amar
Toda uma audaz fantasia
Com tempero a maresia
Sol e sal no mesmo mar
Nas águas da sedução
Muitos são os que perecem
Náufragos da ilusão
Vida e morte lado a lado
Maria Fernanda Reis Esteves
Natural: Setúbal
Ilusão
Trago uma mão cheia de verdade
Faço dela o farol dos meus dias
Na alma um sol de alegrias
Caminho que me leva à liberdade
Desconheço o conceito de mentira
Creio que é apenas ilusão
Nunca me movi pela ambição
Nem vou me abalar por quem me fira
Não me cabem juízos de valores
Nem pretensos falsos moralismos
O bem é a luz universal
A verdade não é coisa de doutores
É abrangente e não tem preciosismos
Já a ilusão é o sinónimo do mal
Maria Fernanda Reis Esteves
52 anos
natural: Setúbal
Sózinha !
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No momento senti, apenas, o peso do meu desencanto,
Foram momentos eternos,
Incapaz de substituir sentimentos inaceitáveis,
O fascinio que não esmorece.
Nada mais que um grito intimo, fechado, calado, escondido..
Olho-me de frente, encaro a minha fragilidade,
Torno-me parte das paredes frias que me engolem.
Enlaçada em mim, diminuta, tão pequena!
Engulo as palavras na tentativa inglória de travar o soluço.
Olho-me de frente, sei que estou sózinha!
É violento o silêncio, calou-se o eco das palavras ininteligíveis,
Vazias, vagas, cortadas...
O sol pôs-se, veio a noite,
Coberta pela escuridão, chorei!
Aquele estágio de inocência desabara,
A criança, fora-se embora...
Preciso de Paz, de um lugar protector.
Olho-me de frente, sei que estou sózinha!
(originais)
Descrença
Descrença
De vez, entrego meu coração
sem pesar, um fardo sem valor,
sobrecarregado de ilusão,
vazio de ódio ou de amor.
Parto, sem esperança, sem fé,
nem caridade, só, na descrença,
rumo ao desconhecido, a pé,
roto, pejado d' indiferença.
Deixo tudo, meu parco haver;
folhas de papel garatujadas,
de arabescos falhos de saber,
penas rombas, danadas...
Furto-me a madrigais de intrigas,
de armadilhas fatais , medos e brigas.
Nego-me à irrealidade vil
da possessão do senil.
Esqueço-me de odores famintos,
do inebriar dos meus sentidos,
do sexo, suas artes e gemidos
que me cercaram, secos e extintos...
De vez, eu esqueço-me de mim,
de sonhos, de promessas, enfim...
Parto, descrente, ouso um fim,
desta selva, outrora jardim!
Lisboa, 07/06/2015