Fui o opróbrio do mundo
Por causa dos meus amores
fui um opróbrio do mundo
Ah! Como sofri minhas dores
e bebi fel de taça sem fundo!
Toda aquela que me via fugia de mim;
sou como vasos sagrados, partidos
e os meus idos estão escritos
nas paredes da minha vida!
Todos os meus anos
foram gastos em tristezas!
Toda a minha força soçobrou
Ante as minhas iniqüidades!
Ah! Sim! Lutei contra maldades!
Oh! Quanto de mal me sobrou!
Agora só a morte me sustem
só a sua mão descarnada
segura-me sob o abismo do além!
É por ela que me ocorre o poema
e é por ela que a palavra ainda é tema!
Quero ir, apetece-me partir
e nunca voltar a chegar!