Poemas : 

Um banquete do todo poderoso

 
O tempo estava nublado
e meu peito ardia
em um pequeno quarto,
era como se pássaros
estivessem se debatendo por todo meu corpo,
eu gritava por dentro
ao ponto de meus olhos
pularem para fora,

inquieto com todas aquelas chamas
perto de mim,

distraída olhando para o celular
esperando uma atitude

e minha mente me implorava por uma reação
nocauteado pelos meus medos
era uma luta perdida,
até que sua hora de ir chegou
tudo ficou mais frio
e calmo,
mais uma oportunidade fora desperdiçada
e o arrependimento me torturava
pegando dedo por dedo
arrancando um por um
rindo, rindo muito.

O destino me mostrou que o problema não está nele,
as oportunidades sempre me são dadas,

antissocial, não sabe sustentar uma conversa,
me matava internamente a cada segundo
chorando pelo leite derramado
praguejando aos deuses
por minha natureza covarde,

uma grande corrida de cavalos
atormentava meu estômago.

A vergonha tomou conta
mergulhado em um sentimento de incapacidade
e uma enorme vontade de socar
minha cabeça contra a parede
até meus miolos
se espalharem pelo chão
e que as baratas se alimentem,

façam um verdadeiro banquete
gritando a todos: “O grande deus todo poderoso nos proporcionou uma grande banquete!
Miolos de um fracassado,
COMEMOREM!”

Juntei meus pertences
e caminhei de volta para casa,
minhas pegadas ecoavam em meus ouvidos,
em todos os cantos escuros
portões com flores
janelas e lojas e bares,
eu me sentia observado

sons de motos e carros
e alguns cochichos
passos acelerados atrás de mim,

olho e não vejo nada
me sentido perseguido por uma sombra,
sombra de um impotente
que se envergonha ao se sentir incapacitado,
atormentado por vozes
um solitário
que despeja toda sua solidão
em forma de poemas.

 
Autor
GabrielsChiarelli
 
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