SILOGISMO
Outra vez, terminou sem começar.
O amor primeiro tem como premissa 
Ser um archote cujo ardor se atiça 
Apenas para após ver se apagar. 
Vencendo a nulidade ao não amar, 
Por premissa segunda ou por preguiça, 
Sentimento que em vão se desperdiça 
É tesouro no fundo de ébrio mar... 
Se se arde por tão-só volver ao escuro 
E se não traz senão insanidade, 
Logo, não há no amor qualquer futuro. 
  
Mas, face a esta silógica verdade, 
Aonde levarás, desejo obscuro? 
A outro lugar-comum: Felicidade. 
Betim - 05 05 1996 
                
Ubi caritas est vera
                                       Deus ibi est.