Poemas : 

Varais

 
Tags:  sosonetos  
 
Molas abandonadas num fino arame
sem roupa que lhes valha ao temporal,
não sabe o inverno triste que eu lhes chamo
precoces andorinhas no meu beiral.

Não sabe o céu baixinho que elas choram
gotas de chuva lenta, penas garridas;
colhendo as asas juntas, como que oram,
negam os seus destinos, lambem as f’ridas.

A névoa é só saudade que vai passando
na encruzilhada breve das estações:
e às molas esquecidas nos meus varais

o vento irá dizendo e o sol lembrando
que as asas azeviche das migrações
virão secar chilreios uma vez mais.


Teresa Teixeira


 
Autor
Sterea
Autor
 
Texto
Data
Leituras
2856
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
15 pontos
5
1
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Liliana Jardim
Publicado: 03/03/2018 00:57  Atualizado: 03/03/2018 00:57
Usuário desde: 08/10/2007
Localidade: Caniço-Madeira
Mensagens: 4412
 Re: Varais
Beleza pura poetisa
Adorei ler-te

Beijinhos

Enviado por Tópico
RaipoetaLonato2010
Publicado: 19/04/2018 02:16  Atualizado: 19/04/2018 02:16
Colaborador
Usuário desde: 13/03/2010
Localidade: Paulínia-SP
Mensagens: 2788
 Re: Varais
O voo das andorinhas traçam destinos nos varais da poesia. Que poema maravilhoso!

Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 29/08/2018 14:22  Atualizado: 29/08/2018 14:22
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11076
 Re: Varais
Teresinha,

Este soneto é uma ode às andorinhas. A tua verve de ouro.
Beijinhos
Nanda