Poemas : 

O Monólogo do Ringue

 
Eu disparei meus socos em minha face
Desviei com toda maestria
Porém não sou tão lento assim
E outro soco veio logo em seguida

O machucado de raspão doía
Mas a raiva dentro de mim era tanta
Que o joelho levantou-se para machucar profundo
O chute foi tão forte de minha parte
Que meu ar se foi em um segundo

Recuei com dores fortes em minha barriga
Enquanto me preparava para um golpe
E atacar logo na sequência
Estava ficando sem paciência

Simplesmente meu punho serrado
Veio cortando minha chance de contra-ataque
Porém um pulo estratégico
Impediu-me de finalizar o embate

Mas esperto como sou
Não subestimei o oponente
O que vinha na verdade era um chute
Que avançava até minha frente

Sem chance de escapatória
Parecia ser a vitória...

E como jorrou sangue minha gente
Parecia uma fonte de hemácias
Ceguei-me com meu próprio sangue
Mas que embate deveras interessante

Mais depois do impacto causado
Fiquei ainda mais revoltado
Em uma sequência fervorosa de punhos
Pensei ter me nocauteado...
Mas estava enganado

Resistente como sempre
Todavia com ossos quebrados
Avancei com toda velocidade
Com um sorriso macabro
O soco veio carregado
E avanço do golpe foi tanto
Que em segundos havia me chocado

E cai no chão agonizando de dor
Cansado de tanto lutar
Havia me consagrado vitorioso
Mas o preço foi alto a pagar
Não consegui aguentar
Maldito miocárdio
Tinha que parar...

Nesse combate em que eu
Luto comigo mesmo
Somente eu saio vitorioso
Mas também só eu consegui me machucar


X1

Escrito por: Cláudio Gabriel
 
Autor
ProtoCloud
 
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