Planto pessoas na minha varanda
Não corro se o sol chegar, todo sol é medroso, se escondem a toa
Pessoas e plantas querem o sol de um amor corajoso!
O sol sempre nos traz um recado, escrito na palma da mão
Que os nossos dias pintam de amores e varandas, lugares únicos
De corpos que procuram um ar, um minuto apenas, um instante
De um calor, não de qualquer beijo, quebro o braço do vento sogro
Nem mesmo de um desejo, num desalento do tempo, te abraço
Rede vazia, que nem respira, gosto do calor da sua boca, não ausente
Que sente a falta das pessoas, que plantei na minha varanda
Plantei Marias e nasceram outras rosas e outros perfumes
O vento dessa manhã me partiu a alma em meia
Dano vento de pouca sorte que de dor e meia
Me cria e balança como desejos e uma cama e meia!
José Veríssimo