há dias assim, dolce fare niente,
mas ela liga e diz que vem aí,
sento-me no café nacional, em
vila do conde, por entre uma cerveja
e outra, julgo escutar uma conversa
tida entre o belo e o guerra carneiro, eu,
como o ruy belo, espero pela minha
teresa, ora que, mesmo sem domingo,
e não havendo já telefonia,
há bola na tv, como o carneiro
não sintonizo para essa conversa,
melhor, o tal monólogo que ali
houve nos idos anos sessenta, e
enquanto ela não chega, outra cerveja
pousa na minha mesa, atento à bola
procuro por aí a poesia.
Xavier Zarco