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Biografia de Gregório Barrios

 
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GREGORIO BARRIOS

GREGORIO BARRIOS Villabriga, natural de Bibao, Espanha, viu a luz em 31.1.1911, no sei de sua família de poucos recursos. Teve 3 irmãos. A família, quando Gregorio estava com 10 anos de idade, foi forçada a emigrar para a Argentina, porque seu pai, socialista convicto, estava sofrendo perseguição política.

Gregorio, na Argentina, trabalharia desde logo em diversos empregos, até se fixar, durante 12 anos, na parte administrativa de uma empresa pavimentadora de estradas. Nessa empresa, chegaria a um posto de chefia. Mas fora num emprego anterior que, ao cantarolar em serviço, ouvira elogios do filho do dono, com um comentário que o despertaria para a possibilidade de seguir a carreira artística: "Com essa voz não sei como você agüenta meu pai!"

Resolve então estudar canto, tendo o apoio de sua tia Epifânia, que custeia seus estudos. Foram quase 15 anos de aulas, ocupando todas as horas disponíveis, com o professor e tenor Abelleff e o barítono Iturbi, do Teatro Colón, de Buenos Aires.

Em 1938, passa a cantar na Rádio Callao. O nível artístico da emissora não era recomendável e tendo o mesmo nome de seu avô, que respeitava muito, resolve adotar o pseudônimo de Alberto Del Barrios. Além de cançonetas e trechos de ópera, cantava tangos, mas cedo viu que não tinha queda para esse gênero. Nessa altura, já tinha reunião a qualquer sonho com relação à cena lírica, de tão raras oportunidades. A consagração de nomes como Pedro Vargas, Olga Guillot, Alonso Ortiz Tirado e Elvira Rios, nos Estados Unidos, faz com que reconheça que seu caminho estava mesmo no bolero, com o sonho de um dia poder lançar boleros compostos também por autores argentinos.

Em 1940, deixa seu emprego e assina contrato com exclusividade com a prestigiosa Rádio El Mundo, de Buenos Aires, na qual ficaria por muitos anos, apesar do assédio de outras poderosas rádios capital da Argentina.

Em 1941, pela primeira vez vem atuar no Brasil, com uma passagem discreta pelo Cassino de São Vicente e pela Rádio Cruzeiro do Sul, de São Paulo. Três anos mais tarde, em 1944, tem a oportunidade de realizar uma nova temporada no Rio de Janeiro e Petrópolis, nos famosos cassinos Atlânticos e Quitandinha. Apresentava-se com um traje típico espanhol, cantando trechos de óperas e boleros. No decorrer dessa temporada, gravam um disco na Continental, lançado em março de 1945, com Sé Mui Que Vendrás, bolero, e Lamento Espanhol, canção. Esse bolero, numa regravação de 1959, está no volume 1 desta coleção da AGAIN.

Suas vindas ao Brasil cada vez mais se amiúdam, de tal modo que logo se tornaria como que um artista brasileiro. Nos clubes, nas rádios, nas casas noturnas, por toda a parte, capitais e interior, comparecia para levar seus sucessos e receber os aplausos de um público imenso e fiel. Atuava em toda a América do Sul, tendo ido a Portugal, Espanha e Cuba. Em Cuba, para uma temporada de menos de um mês, exigiu e recebeu uma quantidade fabulosa.

Sua residência continuava sendo Buenos Aires, onde possuía uma suntuosa casa numa esquina da Xalle Corrientes, hoje sede de uma embaixada, e uma casa de veraneio. Na Argentina, participaria de 3 filmes, sendo o galã de Que Hermanita! Em suas entrevistas, porém, sempre dizia que pretendia vir morar no futuro em nosso país.

O tempo haveria de confirmar que não estava querendo apenas ser gentil com o público brasileiro. Em 1962, transfere sua residência para um apartamento em Copacabana, reduzindo sua atividade de cantor, porque passa a ser empresário do ramo de calçados. Instala uma fábrica em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Os resultados não são contudo os esperados. "Tive de fechar, pois como todo artista rom6antico sou um péssimo negociante." Por causa das pesadas dividas, volta, em 1969, a atuar com a mesma intensidade anterior.

Em 1966, já havia se casado com uma brasileira, Carmen Jensen Ehrardt, que tinha sido Miss Santa Catarina e era 30 anos mais nova que ele. Era seu segundo casamento, do primeiro tendo um filho na argentina.

Nos últimos 4 anos de carreira, faz-se acompanhar da Tropical Brazilian Band, que formara com músicos de São José do Rio Preto. Mantinha a média de 200 apresentações por ano.

Viria a falecer repentinamente, em 17.12.1978, na sua residência na cidade de São Paulo, de infarto do miocárdio. Na véspera, tinha se apresentado pela última vez num clube de Curitiba. Deixava uma Filha de um ano e quatro mese, Carmen Patrícia, sendo sepultado na capital paulista, no Cemitério do Morumbi.

Para todos os que o conheceram na intimidade, ficaria a lembrança do homem extrovertido, extremamente modesto, profissional correto, bom amigo, marido e pai. Tanto quanto, para seus admiradores brasileiros e de todo o mundo latino, ficou sua marca de REI DO BOLERO, nos discos e nos corações.

O texto acima não representa a biografia completa do artista, mas sim, partes importantes de sua vida e carreira.







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Autor
João Marino Delize
 
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