Casa humilde, Casa do povo, Casa de barro, Amassado com alma Pra abrigo dar. Casa de palha, Casa africana, Estremece ao vento, Pinga, pinga… Pinga com os pingos da chuva, Que arrefece a palha E arrefece os homens. Casa do nada No meio do nada, O nada que é tudo Pra quem nada tem, Senão humidade Em sua casa humilde. Casa que tem tudo, Que um arranha-céus Não tem. Casa humilde Casa do povo Casa de palha, Tem pingos que pingam Com pingos da chuva, Que arrefecem a alma E calam a voz do silêncio Nos corações.