Poemas : 

Delírio

 
Que pensas podes me dizer, se só ao silêncio tenho ouvidos
Eu que antes de antigamente, olhava da esquina do mundo
E nem bem tinha certeza que teu olhar existia além de tudo
Esse índigo que, irreverente, sem pedir me arrestou o peito
Para tornar todas minhas noites insones em fértil território
Onde faz germinar a semente de uma poesia terna e galante
Que esperas eu faça com toda angústia que eu usava sentir
Se a ânsia de teu abraço ocupa todo espaço que há em mim
Se o delírio de deitar a cabeça entre a maciez de teus seios
Consumiu todos meus mais recônditos sonhos e convicções
Aprendo a não saber como fazer para vencer essa distância
Essa é minha lastima, é o que me alimenta nas horas escuras
Ah esperança, filha de mãe louca e pai impetuoso, ouve-me
Só tenho a ti esperança, promete-me que que vamos vencer
Que a distância é imaginária e esse calor vem do corpo dela
No longo abraço tão ansiado. E num só um giro do ponteiro
Não mais esperar minha boca faminta enfim encontrar a dela



"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
Texto
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/02/2022 05:22  Atualizado: 28/02/2022 03:39
 Re: Delírio
*intensa composição, bela na sua forma e sentimento.

Saudações que te alcancem, grande Poeta.

S.k*