Poemas : 

Soldadinho de Chumbo

 
 
tira a armação e traz o corpo
daquele soldadinho trazendo a paz,
a terra está tão cansada de tantas lutas
dos escombros restam os sonhos
que ainda ninam lá de trás.
gira discos e caixinhas de bailarinas hão de sarar tantas
feridas...
tocar quem for autêntico
de ainda dançar a velha valsa
recordando, que ainda poderá existir a paz.

[O tempo não volta]


mas,
o beijo
que rodar o mundo
De tudo será capaz

 
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Abissal
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/05/2022 20:33  Atualizado: 29/05/2022 13:02
 Re: Soldadinho de Chumbo
.


Eu gostaria de encontrar uma placa em cada entrada, avisando ser um funeral, um bar, um louvor e talvez um circo, eu não sou insensível, mas não desejo destruir os espíritos com desânimo e nem uso de armas para dar o grito, mas cada dia é um novo dia e talvez precise entrar na porta do funeral. Eu faço parte daqueles que foram atingidos e precisa cantar para sentir alívio, eu sei da dor das feridas mas preciso de curativos.




*
Desculpe-me a ignorância em não conhecer a história do soldadinho de chumbo.

Boa noite!




*
Agora que conheço a história, posso imaginar que aquele que fez o brinquedo de um soldadinho de uma perna só também não tinha a sua perna que foi perdida na guerra, mas que igualmente foi encontrado uma bailarina que lhe trouxe…

Bom dia!


Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 29/05/2022 08:50  Atualizado: 29/05/2022 08:59
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 Re: Soldadinho de Chumbo
Palmas e palmos




Sete palmos acima o sol brilha,
o luar, à noite é armadilha;
sete palmos acima a ave canta,
o mar marulha, o vento levanta...

Sete palmos acima fervilha,
queima, açoita, cresce, maravilha...
Sete palmos acima adianta;
e a noite é curta, e tanta.

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete
palmos que me separam da Terra,
ainda que de terra viva cheio...

Há uma promessa que se promete,
que se quebra nos horrores da guerra:
o fim, para o que ia a meio


de cheiramázedo


Enviado por Tópico
Sergius Dizioli
Publicado: 30/05/2022 17:27  Atualizado: 30/05/2022 17:27
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 Re: Soldadinho de Chumbo
Não há ganho sem dor, disse alguém que se referia ao necessário esforço de empenhar-se muito para alcançar o sucesso. Porém há dores que são só dores e, dela, nenhum ganho surgirá.
Por quanto tempo teremos que sonhar para ver as imagens de bailarinas apenas dançando libertas da dor, sem que haja qualquer soldado para curar? Belíssimo. Saudações.