releitura de passagem.
quantos malhos empunhei
quantos ralhos dei
quanto suei
quantos atalhos peguei
para ver que minha vida
por mais sofrida
apolítica
é embaralhada
labiríntica
às vezes sem saída
mas
no meu íntimo
soa tão simples
penso que disso sei
numa autocrítica
que o momento é velho
mas nada foge
das tábuas da lei
(rehgge, 25-5-23 )
***
por entre águas (versão original)
por entre águas
paira o simulacro instigante
do carrossel e sons vitais
desvio-me dos engodos
do destino, suas mágoas
remo no rio sem-fim da tolerância
de dúvidas & acertos
na errância de ventos & pêndulos
por estas águas voltarei
de mais um rascunho à fuga
que o tempo consome pouco a pouco
por entre águas
em flertes
sou o único ser
a me afastar da mesmice
a me afastar de mim mesmo
com o silente propósito
de micro-ondas em meu ouvido
lentamente dissipando meus castelos de areia
***