Poemas : 

Os donos do dia

 

Armas, lágrimas
E morte,
Busca-se o mais forte
Pra decidir tua e minha sorte

Guerra fria
Balas ardentes,
Corpos agonizantes
Nos braços dos donos do dia

Finge-se guerrear
Ou fazer guerra
Pra fazer valer o fuzil
Ou, melhor vender o olho da morte

Vende-se a morte no mercado aberto
N’olho da rua.
Ó África, faça da tua
Visão, o vazio do deserto

Por cada arma negada
Mil vidas salvas,
E, pra lá do fundo da selva,
Jamais haverá empreitada

O engano tem limite,
E África, já foi enganado o baste
Pelo ocupante
Das terras de lingotes dourados

Adelino Gomes-nhaca


Adelino Gomes

 
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Upanhaca
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Enviado por Tópico
Upanhaca
Publicado: 27/08/2023 20:00  Atualizado: 27/08/2023 20:00
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 Re: Os donos do dia
Por cada arma vendida,
caem mil corpos
no repugnante lamaçal da morte.

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