A mímica dos teus olhos,
o segredo das palavras
por dizer, a exímia exuberância do entardecer e os teus braços dentro de uma saudade infinita que já não cabe na espera.
Sinto o som da tarde dentro do sopro do vento do meu peito, num despertar silencioso como se o som das palavras se abrisse em gestos e as tuas mãos fossem os meus sorrisos abertos.
Trago no pranto de outrora os meus olhos mergulhados na sede dos teus.
Este é o meu dilúvio em sentidos na claridade da realidade que nos veste os dias.
Trago o azul do céu dos teus olhos no branco aceso da minha alma,
um campo de margaridas,
a força do vento que fustiga, o repousar dos teus olhos na candura perfumada de todos, os meus sorrisos.
Bebo o cheiro fresco do dia, no perfume suave da existência, há céus que nos abraçam por dentro, e eu danço, danço no breve instante das memórias vestidas de ti.
Alice Vaz de Barros
Alice Vaz De Barros