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Soneto do cerrado abafado

 
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Quem ateou este sedento chão do sertão
Nesta aridez que nunca mais se apaga?
E para que o planalto com está sua saga
De severo tempo, de sede, de sequidão?

Quem pintou em tom de cinza, desolação
Sentido na toada, de tonalidades pesadas
Num pôr do sol no horizonte vermelhadas
Amarrotando a vereda em ardida vastidão

E, o vento abrasado, e a vegetação aflita
Sol a pino, nuvens no céu que desbotou
Aquentando o verso com cálida pulsação

Quanto calor, e o craquelado na escrita
Um empoeirado que da terra desgarrou
Abafando o cerrado com agre sensação.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 setembro, 2023, 12’12” – Araguari, MG


Poesia é quando escrevemos o monólgo de nossa alma, que se torna um diálogo com o leitor.

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Se copiar citar a autoria – © Luciano Spagnol – poeta do cerrado
 
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LucianoSpagnol
 
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Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 22/09/2023 18:05  Atualizado: 22/09/2023 18:05
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: Soneto do cerrado abafado
Poeta
Apreciei imensamente a leitura! Consegui me senti nesse cerrado no horário do sol a pino. Deve ser tão quente quanto as regiões de caatinga! Até o vento aquece e arde a pele.
Belíssimo e rico soneto!
Parabéns!
Abraço!
Janna