o coito das borboletas

Que bom que veio, Alice. Gosto de sua curiosidade... também sou muito curiosa e só por isso me atentei pro acasalamento de um casal de borboletas. O incrível é que a primavera já se foi faz tempo e em pleno inverno amazônico vejo borboletas por todos os lados e me deparei, em pleno dia chuvoso e digo, chuva forte mesmo, em um dos galhos no meu jardim, uma cena que eu nunca tinha presenciado.
Ressalto que vista de longe parecia que era apenas uma borboleta com quatro asas mas quando me aproximei para ver de perto era um casal em plena procriação, teria registrado em fotografia ou vídeo mas me encontrava, no momento distante do telemóvel.

"E, levando mais além as questões, o que é isso de "perto" e "longe". Quão longe é o longe e quão perto é o perto?"

Não sei se já presenciou tal evento, mas vi o casal unindo suas caudas (nem sei se são caudas ou seus ventres... ainda não estudei a anatomia das borboletas), enfim, mas ambas estavam apenas com essa parte em contato uma com a outra. Suas faces viradas para o oposto, não havia um toque de asas, um entrelaço das antenas, (um arranhãozinho no pescoço), nada... aí já viu, né? levei pro lado humano, por isso o de longe parecer que estavam tão perto, já que pareciam ser apenas um e vistos de perto tão distantes, uma vez que a junção era só pra efeito da procriação mesmo.


Bjo, Alice, e grata por ter-me dado a oportunidade de
narrar o fato de forma mais longa.

Mary

fatores importantes no poema para o entendimento e o encurtamento da distâncias que se dispersam e confundem o olhar...

o interessante é o quanto se pode compreender um evento dependendo da localização do observador, e, mais ainda, o quanto se pode extrair em cada passo do olhar. O quanto se pode criar, seja para um poema, uma narrativa ou uma pintura em tela. Entre o perto e o distante, um evento se revela com inúmeras compreensões.

grata, por sua leitura e comentário,
meu amigo carioca.