Poemas : 

Banalidades

 


Cortei uma janela no alto do meu esférico, porta de saída para quando quisesse, pudesse. De perfeita esquadria, centrada, apelativa. Orgulhosa, olhei-a, não sem antes notar algo de estranho: por onde se sai, também tudo pode entrar.
Fechei-me, fingindo continuar lá.



 
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Esférico
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Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 08/05/2024 15:29  Atualizado: 08/05/2024 15:29
Usuário desde: 06/11/2007
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 Re: Banalidades
O banal tem muito detalhe. É também um ponto de vista, uma opinião.

O senso comum tem muito disso.
Isto é, se um conjunto considerável de pessoas manterem gosto, ou saber, idêntico, ele passa por ser universal. Todos acham, logo é de todos. Assim usa-se, com muito sucesso, por exemplo, a estatística.

Pode passar por banalidade, algo que, num ambiente menos amplo, ou numa amostra menor, pode ser considerado assim, outra de excepção, ou extraordinário.

Entrar e sair tem muito em comum.
Sair de casa, ou entrar na rua?
Sair da rua , ou entrar em casa?

Na esfera da nossa realidade, do nosso ambiente pessoal, do nosso universo, há um espaço considerado de segurança, a maior parte das vezes.

A esfera tem um número infinito de faces. Não dá para contar. O facto de ser possível reproduzir, é um acto quase milagroso.

Ter uma porta aberta tem dessas hipóteses: podemos sair e voltar.
Podemos deixar entrar outros. Inclusivé, nós mesmos podemos ser outros quando regressamos.

Tenho gostado do que escreve.
Uma escrita sem falhas que apela ao pensamento do leitor. Um pouco codificado.
Positivo.

Obrigado pela leitura