A grandeza caminha só,
Em trilhas que ninguém ousa seguir.
É um farol em meio ao nevoeiro
Ilumina,
Mas ninguém quer se queimar com sua luz.
Ser grande é ouvir o silêncio
Onde os outros esperam aplausos.
É erguer montanhas no espírito
Enquanto o mundo só vê a poeira nos pés.
Há um frio na altura da grandeza
Que não aquece com mãos humanas.
Lá em cima, os ventos são outros
E a companhia,
Muitas vezes, apenas o próprio eco.
A alma vasta abriga tempestades
Que os olhos comuns não compreendem.
É fácil chamar de orgulho o que é apenas
Um coração pesado de visões.
A grandeza é um exílio voluntário.
Não por desprezo, mas por destino.
Como o cometa que risca os céus:
Belo, único — e sempre de passagem.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense