Sem memórias, somos folhas ao vento,
Sem raiz, sem rumo, sem estação.
O futuro é uma árvore que cresce
No húmus dos dias que já se foram.
A lembrança é a chama que aquece o amanhã.
Sem ela, o tempo se torna frio,
Um deserto de possibilidades
Sem pegadas a seguir.
O futuro não nasce do nada
Ele é filho da saudade,
Do que ficou gravado
Nas paredes do coração.
Cada memória é um fio dourado
Tecendo o manto do porvir.
Sem esses fios,
Só restaria o vazio.
Se esquecemos quem fomos,
Como saberemos quem ser?
O amanhã é um espelho
Onde o passado se reconhece.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense