Conheci de perto o medo do escuro
Costumava deixar os olhos fechados
A ausência de luz age como um muro
Impede que a gente veja o outro lado
No dia que os abri a pedido de sua voz
Logo percebi como eu estava enganado
Me sentei ao chão úmido atento na foz
De uma canção que me deixara abalado
E me deu a mão mostrou-me a escuridão
Revelou-me um mundo total inesperado
Tudo aquilo que achei que era imaginação
Era verdade estava mesmo sendo observado
Hoje sei que todo aquele escuro está em mim
Que sua voz desperta minha paz e serenidade
Na escuridão onde atuo preciso sair do camarim
Criar minha canção saber quem sou de verdade
Deus abençoe cada um que está longe da claridade
Carlos Correa