
Vazio
Que palavras me bastariam
para que eu não tome o meu próprio veneno?
Viver é sempre amar — isto nunca será pequeno,
porque o amor nos faz muito mais inteiros.
Talvez assim eu possa suportar o peso de ser,
como uma ave que não tem asas para voar
e nunca irá voar no firmamento,
ou como um cego que não pode sua face conhecer.
Pinto-me de cores negras
em uma sala cheia de lâmpadas acesas,
paredes sem janelas de vidro,
no peito, a tempestade que nunca
deveria ter existido.
Nem tudo é eternidade.
Eu colho cravos em uma sombra desnuda,
percorro caminhos sem necessidade
e uma existência que em nada muda,
entre flores negras e um corpo sagrado.
alexandre
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