O céu é de uma lua forte.
A noite continua sendo insone.
Amanhã devo acordar cedo,
Mas meu coração não quer saber:
Está procurando saída,
Quando não há nenhuma.
O silêncio continua,
Implacável e tempestuoso.
Fragmentos de memória
Rasgam o tempo,
Entrando sem pedir licença.
A melancolia segue sendo abrigo,
Apesar da ambiguidade que isso carrega.
Um forte sentimento de falta,
De algo que não sei definir,
Assombra meu espírito novamente.
Fantasias vem e vão, como que
Tentando suprir essa falta,
Sem sucesso.
E eu sigo escrevendo tentando
Substituir as lágrimas que não me descem,
Mas tudo que me sai é essa descrição
Sem apetrechos ou sentido oculto.
Gostaria de simplesmente ir embora,
Mas é impossível fugir de mim mesmo.
O que me veio agora é se não
Fazer um retrato disso tudo.
Deve ser teimosia de poeta:
Tentar pintar quadro do que é nebuloso
Usando um amontoado de frases confusas.
Re: Retrato da noite sem fim
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