Quando o fardo é pesado, logo de manhã
Quero ter a esperança e a força de um girassol
Guardar comigo, mesmo no céu mais denso
A certeza do ressurgir de imenso e vívido sol
Um trovão se faz, e o silêncio assassina
Pela janela, vejo o vento e a densa bruma
O que antes me assustava, agora, me ensina
A semente só cresce porque a chuva se consuma
O que sinto é como o céu: uma mudança absoluta
Minha alegria ou minha dor, como tudo, é temporária
Ser livre é manter, nessa vida, sempre contrária
A fé de que nada é pra sempre, tudo passa, tudo muda
Como ser humano, não tenho, quase nenhuma
Certeza...
Mas todos os dias, posso escolher como ver a vida
Meu coração, teimoso, em seu pulsar, me convida
A enxergar, apesar de tudo, nesse mundo...
Beleza...