Poemas : 

poema de segunda feira

 


um sopro de vidro estilhaça
o tempo
escorre em véus
entre os dedos
que já não tocam

a memória descalça
caminha
pelo chão onde o azul
se esqueceu

há um eco
que não se cala

no fundo
da chávena vazia

o corpo desaprende
o gesto
e a sombra
aprende a ficar

a casa respira em branco
os móveis fingem presença

a luz hesita
no contorno
da ausência
que se senta

um gato observa
o nada
com olhos de quem sabe
que o mundo se parte
sem ruído



 
Autor
idália
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