Desde a linha do horizonte
até estes olhos que sentem esse perfume,
há um agora que sei que se repete
e nunca, jamais, será o mesmo
e me acaricia.
Dista disto que nomeio,
que ofendo, que me toca por dentro,
sem o qual não há fim
nem meio.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.