Alentejo da minh'Alma
do silêncio feito calma
dá-me sombras, dá-me paz;
e no campo as azinheiras
a memória das roseiras
de quando eu era rapaz .
E dos primeiros amores
que nasceram como flores
em tempos de solidão;
guardo-os entre saudades
aí por essas herdades
nos campos do coração.
E o pastor triste e curvado
guardião do meu passado
que cantava pelos montes;
já partiu, deixou os campos
mas ficou nos tristes cantos
que se escutam pelas fontes.
Sobreiros, altos sobreiros
que foram sempre os primeiros
a guardar as minhas dores;
Alentejo da minh'Alma
do silêncio feito calma
da Paixão e dos Amores.
Ricardo Maria Louro