Sonetos : 

METRÓPOLE

 

Chego à calçada, arfando o peito
Preciso atravessar a rua – sinal fechado!
Bares cheios – sorveteiro na esquina
No ponto – rapaz sozinho, rosto corado.

Vento gelado, multidão em movimento
Pessoas… muitas… ninguém conhece ninguém
Encasacadas, roupas pesadas, é inverno,
Mulher estende a mão pedindo um vintém.

Moleque vadio, pisa no canteiro, guarda assobia
Os carros brecam – homens cruzam a rua
Preciso ir depressa – na praça pia a cotovia

Passarinho em árvore de praça, à luz do dia!
Que será? Deve ser coisa de lua!
Tudo transformou-se, maldita modernidade!

Arrancaram seu habitat, mudou-se para a cidade
Correria e multidão… vida fria e vazia!

 
Autor
Creusa Lima
 
Texto
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