Os teus olhos falam em silêncio
E tento desvendar esse mistério que é seu olhar...
Esse meio sorriso...
Meus sentidos não ousam imaginar
Que falam de desejo,
De uma atração descomedida,
De um sonho contido e
Preso ao destino...
Cúmplice da verdade,
Dessa loucura
De errar outra vez...
E errar faz sentido...
E errar é bom...
Já naveguei nesse brilho
Nessa transparência
Que acalenta minhas noites...
E enlouqueço por desconhecer
O seu querer,
A sua real intenção...
Beijo as manhãs...
E adormeço
Sem alcançar
O seu olhar...
"Há poemas ininteligíveis nos seus elementos, porque só o poeta tem a chave que o explica; mas a explicação não é necessária para que pessoas dotadas de sensibilidade poética penetrem na intenção essencial dos versos"
Manuel Bandeira