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Sem nome

 
Tags:  amor    morte    emoção  
 
Triste é o fim abocanhado pelo começo
A cada instante que padeço da discórdia mental
Sei que são faces normais de alguém que sonhou
E num tropeço, desalentou esperanças.
Amargurou sentimentos sofridos.
Triste do começo que não tem fim
Pois o gosto de quero mais permanece
E languida, a boca padece, saudosa dos beijos seus
Se o fim não justifica o meio, por que nesse ínterim
Quiseste fazer assim? Tão certa é a puta virgem
Virgem pura. Que desnuda sua verdade em amargura
E não vê, crendo, que na carne tudo perdura
São chagas que levamos para sepultura
Máculas d’alma que entregamos a escuridão
De olhos fechados, velados a cada estocada fria
Da lâmina ponte-aguda que perfura e corta
O fio, condão.
Onde está a minha sepultura, que guarda o que
Nem os vermes querem mais comer.
Se hoje, vivo sem querer viver.
Sinto-me perdido, sem ilusão, diante de tão negro coração?
Tomo-me perdido, escondido em capa dura
Cancro velado que se mistura a interna podridão que corrói
Cauteriza sadicamente alma e coração?
Fecho os olhos e interiorizo a macula
Ignoro a dor que me causa na esperança de vê-la velada.
Intacta. Perante a minha imperfeição.


Oh ego Laevus!

 
Autor
Raul de Oliveira
 
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