Na escuridão da noite
Abro meus olhos pra te ver
Olho pra lua prateada e nua
Que me invade a janela do apartamento.
Em volta, abajures, quadros temáticos
Espelhos mal intencionados; colunas
De mármores em cabeceira; suíte com sauna
E banheira ainda molhados. Um templo
De amor sombrio, frio... Solitário!
Tudo muito cheio, muito limpo
Tudo sem o menor sentido, mergulhado no vazio
Da escuridão do quarto. Na cama, meu corpo
Tristonho, sonolento, reclama tua presença
A matar-me embriagado na suculência dos venenos
Dos teus malditos afagos.
Este texto deveria estar participando do concurso (Luso- (Na)escuridão da noite. Mas, por algum erro meu não consegui enviá-lo, assim sendo, deixo por aqui para a apreciação dos amigos.