O dia nasceu pleno de graças e novas mil.
Disponho-me a agarrar o meu quinhão com coragem.
Ambas as mãos cravadas no Justo e a boca bem aberta.
O juizo não existe
Nada é meu quando longe
O que faço é o que existe
Tudo é nas minhas mãos
A Vida novinha em folha e um tinteiro cheio de sangue
Sem desejos mas cheio de vontades tomo os cornos do touro
Tocando as sangrentas e mudas cornetas proclamo as minhas vitórias
A Morte não é triste
Só o Agora importa
Alegra-te com o que viste
Entra na próxima porta
Cansado e satisfeito acordo de mais um sonho
A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.