Prosas Poéticas : 

Letras ao vento

 
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Em minhas mão concavas retenho as águas de um lago que te ofereço, lugar onde teu corpo repousas, floresta onde teus sonhos abrigas. Na noite tranquila, te deixo dormida nas margens do meu corpo, lugar tranquilo que tantas vezes visitas, onde te deitas sobre meu peito.

Meus dedos penetram teu cabelo, como pente que desliza, como vento que suaviza esse ondular constante. Solto perfumes, essências de ti que se escapam para minhas mãos, como maresia em pleno Verão.

Bebo da tua fonte de vida, meus lábios preenchem-se desse mel fluido que em ti habita, minha língua desliza entre teu corpo, provando-te a pele húmida e lisa. És loucura que me preenche, pedaço de prazer que mata a fome do desejo.

Os dedos percorrem-te tranquilamente, como se nunca quisessem chegar ao fim do teu corpo e apenas desejassem perder-se dentro de ti, caminham sem cessar, por montes e vales de encantar, despertando na tua pele a chuva do teu próprio delírio de mulher.

Sou apenas uma voz, que em tua mente se repete, um toque ardente que tuas mãos sentem. Sou apenas uma letra, uma cadeia de palavras que acordam a tua alma. Sou a cadência perfeita, mas nada mais que uma única letra, um som que nasce no silêncio da tua noite.

Crias-me, com os pedaços de outros homens, como retalho que constrói a manta do teu passado, abrigo que teu corpo envolve no presente, saudades de um futuro ainda ausente. Ardes nos prazer dos meus lábio, fogo eterno que alimentas com as letras que te deixo.

Sou utopia, talvez magia, ou simples criação da tua própria solidão.

 
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