Na leda,oculta e sombria rua 
já só almas vagueavam gentis 
À espera que o próximo seja feliz 
Esquecendo o passado marcado na lua 
Rezando crentemente pela sorte crua 
Evocando a sua macanbúzia matriz 
Murchando assim a sua alva flor-de-lis 
Flor esta que alentava a sua vida nua  
Resignadas com tristeza,se vêem agora 
Reflectindo no solitário passado ano 
Antes que este se dissipe,e vá embora 
Apontam o religioso e ocultam o profano 
A podridão e disfarçada nesta hora 
Pelo colorido e avermelhado do pano... 
Luís Camões
 
                
Eternamente Luís Camões /António Plácido