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Entalado entre dois Amores

 
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Se dum lado mora o intocável amor por tudo o que vive.
Do outro tenho a indispensável, mas tantas vezes violenta, liberdade.
Os afectos chocam num muro autista de vício e prazeres solitários.
As boas intenções vestem-se com fatos antigos e as carpideiras voltam á acção.

Tentando alimentar ambos com uma mão cheia de nadas quase endoideço.
Mas o Amor e a Liberdade que me regem servem de estribos salvadores.
Vejo o fosso cavado com as mãos nuas e as unhas negras de terra.
Um rio de lágrimas, suor e sangue nasce num passado sempre novo e corre furiosamente desembocando num presente sempre triste.
As margens cada vez mais longe e o fosso cada vez mais fundo.

Impávido mas não sereno sei que este nao é rio para a minha nau mas o sangue clama.
Talvez por falta de melhor ou maior clamor afundo-me sobriamente na turbulência.
E cresço, sofrendo e fazendo sofrer, aprendo a dominar quem sou aceitando sem reservas aquilo que me é exterior . Olho sem medo as tantas faces desta mesma moeda e tento esquecer qual a minha favorita.

Sinto o amor . E questiono.”Matarias tu por amor a mim?”
O silencio responde-me...”Então por que te matas por amor a outros?”
Sinto a liberdade. E escuto : “ Estou fartinho desta merda toda!”
O cheiro a fel, a pergunta amarga. “ Então porque não fazes nada para mudar a merda?”

A Liberdade do Amor
Estou Entalado Entre
O Amor pela Liberdade


A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.

 
Autor
Paulolx
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1856
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