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COISAS E PANOS

 
Segue o homem lá fora
Levando a cabeça trincada
Uma cara verde e doente
Os olhos amarelos e pesados, seguindo

A garganta que canta um hino
É a mesma que louva sua mãe
É a mesma que engole um pão seco
E ajuda encher uma barriga de vento

É grito de paz sem haver guerra
É canção que roda e a gente voa
É tudo do nada acabando lento
É o olhar parado do olho cego

Continua o homem pelo atalho
Ainda existe o povo que empresta panos
Num grito que emudece no ar e some
Olha aí.. falar de tudo não pode, agora!

E pra que o hino, o cego passou
A cor desbotou e chove lá fora
O vento sopra que a guerra acabou
E o grito calou por atalhos e mães







José Veríssimo

 
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veríssimo
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 16/03/2009 20:08  Atualizado: 16/03/2009 20:08
 Re: COISAS E PANOS
Belo poema amigo! Veríssimo, me remete há uma batalha sem razão sem porque como todas guerras são.

PArabéns e Abraço do COLETIVO Rodrigo..