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SÚPLICA

 
Boca que me olha a todo instante,
Me faz ver lábios por todos os lados,
Diva e musa de minh’alma ardente,
Sorriso que brota vulcão em meu peito,
Me leve embora pra esse mundo só seu.

Hei de ser fonte de néctar,
Dizer-lhe carinhos em mãos gentis,
Explodir os sonhos que guardei pra você.
Meu ombro que é cais, sorrisos de calma
Fará de seu frágil navio, porto sereno de amor.

Mas como a boca que me fita, me abarca,
Me abraça e me arrebata levando-me ao céu
É a mesma que me diz nomes alheios
Fala-me de amores e seus devaneios
Prendendo-me e soltando-me ao léu?

Estrada sinistra que conduz o meu corpo,
À procura da sombra desses lábios sutis,
Me faça em pedaços por não tê-la inteira
Pois mergulho em minh’alma e choro de dor,
Por sabê-la tão quente, sedenta e vermelha
Em outra boca abrasiva de qualquer meretriz.



Ziza Saygli

 
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Ziza Saygli
 
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Enviado por Tópico
Gilberto
Publicado: 07/06/2007 22:08  Atualizado: 07/06/2007 22:08
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Usuário desde: 21/04/2007
Localidade: V.Nde GAIA-Porto
Mensagens: 1804
 Re: SÚPLICA
Gostei muito deste poema!

Uma súplica de facto!
Quantas vezes nos sentimos enjeitados, relegados para segundo plano, e sofremos...muitas!

Muito bem!

Beijinhos

Enviado por Tópico
Valdevinoxis
Publicado: 07/06/2007 23:44  Atualizado: 07/06/2007 23:44
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Localidade: Aguiar, Viana do Alentejo
Mensagens: 2097
 Re: SÚPLICA
Ao segundo texto que leio, deixei de ter desconfianças e passei a ter certezas... vou realmente ser um seu leitor assíduo.
Belíssimo texto... muito sensual e, no entanto, muito subtil.

Valdevinoxis